quinta-feira, 14 de novembro de 2013

 Filha de doente oncológica sabe bem o que é o dia das consultas anuais...Ontem foi o dia e o melhor do meu dia foi o telefonema da minha mãe a dizer que estava tudo bem! é o que basta para tornar um dia bom

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A fantástica tarde de trabalho entre amigos. Quando se trabalha num sitio como este, todos os dias são um privilégio.
A noite em família, onde se jogou basket e futebol com bolas de alumínio. Onde os avós são crianças de novo, onde os padrinhos são os melhores do mundo, onde pais e filhos são muito felizes

terça-feira, 12 de novembro de 2013

 Quando depois de um jantar sem birras nem dramas nos juntamos no sofá para brincar os três. tudo simples, tudo fabuloso

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Eu não preciso de mais amigos, é esta a verdade! Tive uma infância feliz de onde vieram as minhas amigas de sempre e depois nos 35 anos de vida fui fazendo a minha rede, a rede das minhas pessoas, das que me fazem falta, das que não me desiludem, das que estão sempre perto mesmo quando estão longe.
Adoro o meu trabalho e o ambiente que temos a sorte de ter, mas não são todos meus amigos, fazem parte da minha rede alguns, mas não quero ser amiga de todos os colegas de trabalho.
Tudo isto apenas para referir que quando soube que havia uma Eng.ª nova na ETAR Norte e que era muito profissional, fiquei feliz por ter mais um elemento rico nesta equipa! Quis o destino que essa Eng.ª ficasse connosco até hoje, quis o destino e nós duas que fossemos mais que colegas, muito mais que colegas. Nunca nenhuma amiga me fez chorar como ela fez, porque na verdade eu também nunca tinha agido com  nenhuma amiga como agi com ela, eu de lágrimas nos olhos e ela de coração grande perdoou-me e refizemos uma amizade, daquelas mesmo verdadeiras, daquelas com quem verbalizamos aquilo que temos medo de colocar em palavras,  choramos quando os dias são cinzentos e damos as maiores gargalhadas quando os dias são de céu azul e de loucura instalada!
E eu sou assim com os amigos, quando estão tristes e preocupados eu fico triste e preocupada, como o dia em que as dores de cabeça dela nos toldavam de medo os dias, e quando estão felizes o meu coração também vibra de felicidade. 
Por isso quando ela me contou que estava grávida eu vibrei de alegria, daquela alegria que vêm de dentro, que não têm invejas, que só têm sorrisos! Por isso penso nas eco´s dela como pensava nas minhas, nas dores de costas, nas roupas que não servem. 
Algumas mulheres, por alguma razão que desconheço, só partilham as coisas rosa da maternidade( o que neste caso poderia adaptar-se) mas nós fazemos questão de partilhar tudo, medos, sonhos, coisas boas e ela poderá apenas ter a certeza que eu estarei sempre aqui a chorar e a rir com ela!
Há crianças que têm imensa sorte em nascer em algumas casas, em algumas famílias e eu fico muito feliz em saber que este bebé muito desejado nasça na casa da Joana e do Zé.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Da campanha publicitária da Dove

Aquela em que alguém desenha a forma como nos vemos e como os outros nos vêm?

Gostava de fazer o exercício!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O que nunca vou aceitar

Ás vezes, muitas vezes, sinto-me a mãe mais anormal do mundo!
Quando penso no que me deixaria mesmo desgostosa nas opções do meu filho, e divagando muito, sim porque eu tenho todo esse potencial dentro de mim, não há cá medo das opções sexuais, da profissão escolhida, se quer estudar muitos ou poucos anos...Os meus verdadeiros medos é que maltrate as mulheres e que seja preguiçoso!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

As cores dos meus dias

Abomino a EDP, mas aquela publicidade em que referem que a maior energia é a sua diz-me muito! Sim, porque não são poucos os dias em que pergunto de onde me vêm esta energia, sinto muitas vezes que alavanco o mundo, e não o escrevo como se fosse um ser extraordinário, inúmeras mulheres são isto todo o dia, todos os dias!
Quando acordo para mais um dia, abro janelas, levo miudo ao colo para a sala, não abro a janela porque não gosta de luz, o deixo acordar a seu tempo, lhe vou buscar torradas, wafers, iogurtes, leite e lhe digo 100 vezes para comer, quando o visto, lhe arrumo a mochila do lanche, a mochila da piscina, quando faço torradas para mim e para o pai, estendo a roupa, dou beijos e entro no carro pouco depois das 8h30. Quando chego à SIMLIS e tento manter a alegria, o orgulho e  a magia desta profissão, quando almoço com o meu amor, num momento apressado mas que me dá sempre muito prazer. E depois na faina de fim de dia, no jantar que tentamos sempre que seja um momento relaxado, no mimo e nas birras e no colo e na falta de paciência que nos assola...
Ser mulher é ser especial e penso que por muito que nos queixemos que os homens nunca saberão dar-nos o devido valor, eu sinto-me uma grande privilegiada pela vida que tenho!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

O rio às cores

O rio às cores
Era uma vez uma aldeia feliz, onde moravam muitas crianças e que era atravessada pelo rio das cores. Todos os dias os meninos se juntavam à beira do rio e ouviam as estórias que ele tinha para contar. O rio das cores, inteligente, determinado e que sabia sempre qual o seu caminho, mostrava-lhe que o sonho comanda a vida e que todos podiam ser o quisessem e sonhassem, ensinava que deviam tentar ser felizes todos os dias, que deviam viver os dias de forma empenhada e que a beleza do mundo estava nas pequenas coisas.
Os meninos respeitavam muito o rio das cores, ele era muito feliz, estava cheio de peixinhos coloridos, tinha barquinhos, flores e muitas ervas e todos os dias as pessoas mergulhavam nas suas águas, faziam piqueniques, todos os dias as pessoas viviam para o rio e o rio para as pessoas.
O Rául, o menino mais traquinhas da aldeia fazia muitas perguntas ao rio das cores: Porque tenho que tomar banho todos os dias? Porque não posso comer rebuçados amarelos todos os dias? Porque não posso mergulhar no rio sozinho? Porque tenho que ir à escola? Porque é que a minha mãe e o meu pai têm que trabalhar e não podem ficar comigo a brincar? E o rio das cores, com toda a sua sabedoria e paciência explicava que nem sempre podemos fazer tudo o que queremos e quando queremos, que também ele por vezes sofria, as pessoas nem sempre eram amigas do rio e deitavam para o rio o seu lixo, acabando por o sujar e o deixar muito triste.
O Rául, o Afonso, a Matilde, a Francisca e o Francisco que eram os meninos mais pequenos do grupo dos meninos do rio prometeram que nunca o iriam sujar e que iriam ensinar os meninos e os crescidos que o rio era amigo, e que o devia ser tratado como tal!
Mas um dia a aldeia das cores acordou cinzenta, não havia cor nas ruas, nos meninos, no céu, nem no rio… O Lucas, um amiguinho do rio, que estava muito doente, tinha partido, para se tornar na estrela mais cintilante do firmamento. Os meninos não percebiam, estavam tristes porque não tinham a companhia do Lucas, o rio não tinha peixinhos, nem flores, nem barquinhos, nem famílias a conviver.
A Mariana, umas das meninas mais crescidas do grupo dos meninos do rio e companheira de brincadeiras do Lucas, estava sentada a chorar à beira do rio, tinha saudades das brincadeiras na piscina de bolas, tinha saudades de empurrar o Lucas no seu super trator, saudades de se esconder com ele na casinha de brincar, saudades do verão e das brincadeiras na piscina e no rio. O rio que sabia a tristeza que sentia a Mariana, e porque também ele tinha saudades do Lucas, pediu a todos os meninos que se juntassem à sua beira, que mergulhassem os pés na água e que olhassem para o céu, que descobrissem a estrela mais brilhante e que mandassem um beijinho ao Lucas, e perguntou-lhes se eles achavam que o Lucas queria vê-los a chorar? Todos responderam um grande NÂO! O que o Lucas mais queria era que todos fossem felizes e que seguissem as mensagens de otimismo, de esperança e de sonhos que o rio todos os dias lhes transmitia.
No dia seguinte, o André correu de casa em casa a chamar todos os meninos, era altura de voltar a ter uma aldeia e um rio cheio de cor, o Lucas não podia estar lá em cima e ver tudo cinzento! Vamos, vamos, temos muito que fazer!
O João e a Maria Leonor foram buscar os peixinhos, trouxeram as enguias, os salmões, as lampreias, os ruivacos e as trutas, o Renato e o Tiago foram buscar os tojos, as giestas, e as urtigas, o rio das cores voltou a estar cheio de cor e todos estavam muito felizes com o seu trabalho! Só faltavam as pessoas, a Margarida o Gonçalo e a Carolina foram de casa em casa pedir às pessoas que se juntassem ao rio, que trouxessem os seus barquinhos, os baldes e as boias, era chegada a hora de fazer uma festa, era altura de mostrar ao Lucas que iam seguir os ensinamentos do rio das cores e tentar ser felizes todos os dias e com as pequenas coisas!
Foi um dia muito feliz na aldeia das cores, houve brincadeira no rio, partilha de brinquedos, muito mimo e amor e toda a aldeia prometeu ao rio das cores que todos os dias iam lutar mais um bocadinho por ser felizes!

A maternidade

O trabalho de parto é isso mesmo, um trabalho, com vista a um objectivo muito nobre e cuja recompensa é realmente fabulosa;
Aquelas histórias medonhas que nos contam, sobre o parto, são mitos urbanos, não têm que ser verdade, eu acho que muitas não são(eeheheh);
A epidural, que foi descoberta para minorar o sofrimento e aumentar o prazer, não faz de nós mães mais fraquinhas e passados 6 meses não me aconteceu nada de mal;
O pós parto é terrível, os pontos doem como o raio, o sentar é difícil, pede gelo e alivia e acredita que passa;
A estadia no hospital não é fabulosa, mas tenta ver isso como uma passagem, sê simpática para as enfermeiras, não leves a sério tudo o que elas dizem, não te sintas pressionada por elas, mas se descobrires uma simpática pede-lhe ajuda se precisares;
A chegada a casa de um bebe têm tanto de maravilhoso, como de imensamente estranho, 3kg e pouco enchem uma casa toda, ocupam tudo, dominam tudo;
A relação marido-mulher fica estranha, não se sabe muito bem se aquele é o marido, se o pai da criança, se o homem com que casámos…A visão fica turva nos primeiros tempos, mas recompõe-se;
Com as pessoas amigas, sê sincera e diz para te visitarem mais tarde, a casa cheia de gente nos primeiros tempos é meio caminho andado para a lágrima;
Sim, as lágrimas estão sempre lá, ou porque sim, ou porque não…
Estar cansada e sem paciência é normal, muito normal, pede ajuda, não é vergonha, não és pior mãe por isso, não monopolizes tudo;
Dorme quando ele dormir, mas dorme mesmo, eu dormia sempre e andei quase sempre fresquinha;
Não exijas que o teu menino faça tudo como fazes, dá-lhe espaço para fazer as coisas à maneira dele, assim ele sente-se mais pai e tu ficas com mais tempo para ti;
Deixar o miúdo 3 horas com alguém de confiança, para ires fazer alguma coisa que te dê prazer não é pecado, não te sintas mal, nem deixes que te façam sentir mal, não és má mãe por isso;
A amamentação é a melhor opção, sem dúvida, insiste, não desistas, mas se não correr bem, não deixes que nenhum médico, enfermeira, amiga, vizinha, ou amiga da amiga que deu de mamar até os 30 anos, te faça sentir mal;
Os maus hábitos, aquilo que te vão dizer para não fazeres porque são maus hábitos, são algo que todos fazem quando isso contribuir para o equilíbrio da família, seja adormecer ao colo, na cama dos pais, a abanar…Não digas tudo o que fazes, assim poupas os olhares críticos de quem já fez o mesmo;
Quando te disserem que é mimado, diz que sim, que é, até porque se não lhe dermos mimo em bebe não estou muito bem a ver quando é;
A pergunta de alguém bem-intencionado: “ será que não é fome”, quando acabaste de dar de mamar, pode provocar um turbilhão hormonal dentro de ti, é normal, e passa;
Vão te dar muitos conselhos e palpites, alguns muito úteis, os que não interessam não vale a pena dizer nada, quem já teve filhos pensa sempre que sabe tudo, é normal, eu já acho isso EHEHEH;
Cada criança é diferente da outra, a receita milagrosa para uma, não serve na outra, são muito complicados estes putos;
Quando te disserem que ele é muito lindo, que quase dá vontade de comer, mais tarde vais lembrar-te que se calhar o devias ter mesmo comido, EEHEHEH;
Eles choram, mais ou menos, é normal, são bebés, faz parte, e muitas vezes choram por duas coisas, por tudo e por nada…Quando tiveres dias assim, ao fim do dia entrega-o ao teu menino e vai arejar;
Para mim o mais importante, foi perceber que se eu estiver bem, ele também está, se eu estiver calma ele também, por isso descobre-te a ti como mãe, e vais ver que vai correr tudo bem;
A maternidade não é cor-de-rosa, não desceu sobre mim um instinto maternal que me faz acordar cheia de energia e super feliz de hora a hora, ou de 2 em 2, ou de 3 em 3, mas o corpo humano adapta-se, e sim é bem verdade que o sorriso deles compensa tudo, mas é que compensa mesmo!
Confia em ti, nos teus, no vosso amor e tudo vai correr bem! ACREDITA

35 anos

Nasci no dia que o meu avô materno faleceu, e ele lá deve ter pensado que se era para me dar lugar que pelo menos eu fosse feliz, e conseguiu alcançar o seu objetivo!
Aos 5 anos nasceu o meu irmão e eu tornei-me na menina mais feliz da aldeia de Amor,
Aos 10 frequentava uma escola difícil, onde aprendi muito e me tornei mais forte,
Aos 15 frequentava a escola nova onde tínhamos a melhor turma do mundo, com as pessoas mais diferentes, mas onde aprendi que se o homem sonha a obra nasce e que trabalhando tudo se consegue,
Aos 20 já estava em Coimbra na cidade dos sonhos, a morar com a minha melhor amiga, naqueles que foram anos de conhecer pessoas fantásticas e continuar a sonhar,
Aos 25 conheci o mundo laboral e ao contrário do que muito se apregoava, descobri que é possível adorar o que fazemos, tentar todos os dias fazer melhor, pensar, lutar por objetivos e ainda receber por isso,
Aos 30 casei com o homem da minha vida, naquele que foi o dia mais bonito de todos, rodeados de pessoas especiais a partilhar o nosso amor,
Aos 35 sou efetivamente uma mulher feliz, mãe de um pestinha lindo, casada com um homem cheio de imperfeições perfeitas que amo, com uma família fabulosa a juntar à família que ganhei com o casamento que me torna mais rica, rodeada de amigos especiais, de pessoas especiais e cheias de coisas boas e aos 35 apesar de tudo, apesar de todos os pesares continuo a sonhar, sempre! A dormir e acordada, sem desistir, sem fraquejar, consciente que muito depende de nós, mesmo que todos os dias nos mostrem o que nos querem tirar!
A felicidade está nas pequenas coisas e a verdade é que mesmo que tudo acabe hoje eu SOU FELIZ!
Obrigada a todos os que tornaram isto possível!

Conquistas

Em jeito de balança do regresso a escola e do fim do primeiro semestre, penso que faz todo o sentido fazer balanços antes do final, só eu para o fazer! 
Seria mais fácil ficar em casa no quentinho, a ver a casa dos segredos, as series da foxlife, a novela da sic ou o meu masterchef, seria mais fácil mas já se sabe que não sou gaja de coisas fáceis! 
Soube bem, muito bem, voltar a sentar-me na secretaria, voltar a pensar, a fazer raciocínios mais ou menos técnicos, com maior ou menor aplicabilidade. Ainda não acabou, há uma cadeira para fazer, mas para quem de fora dizia” o que? Vais estudar, dar formação e trabalhar?” isso e demais, eu também pensava que era, mas afinal a força dos outros contagia, assim como a inercia também (graças a Deus que isso a mim não me atinge) os parques estão cheios de carros, pessoas de longe, que não fazem apenas uma rotunda como eu, pessoas que todas as noites se dedicam a evoluir, a crescer, que todos os meses pagam 100 euros, que poderiam ter outro destino mais apetecível.
Se tive que abdicar de muito? Normalmente o marido e o filho ficavam jantados e a brincar, eu saia de casa por volta das 9 da noite e chegava as 11:30, no dia da festa de natal do Raul fui para o laboratório a seguir a festa, faltei a jantares, remarquei lanches e trabalhei muito!
“Ai que ela não precisava nada disto, e deixou o filho em casa só com o pai” pois que nestes momentos se descobrem grandes pais e grandes maridos e eu tenho a sorte de ter os dois, pois se conseguir deixar algum legado ao meu filho, que seja o que tudo precisa de trabalho e de empenho, que nada cai do céu e que precisamos sempre de aprender mais, mesmo que o meu filho não queira estudar, que perceba que tem que lutar e trabalhar para alcançar o que sonhou, se conseguir que o meu filho sonhe considero o meu trabalho bem feito!
Na verdade quando alguém pensar que sou uma sortuda, pense também no trabalho que me da essa sorte

Pipe

Corria o ano de 1983 e as minhas memórias de infância começam por esses dias, a minha mãe diz que era segunda feira gorda, mas não me lembro nada desse carnaval, apenas me recordo da imensa felicidade quando ligaram de Coimbra a dizer que o meu mano tinha nascido! Lembro-me de correr rua abaixo a gritar que já tinha um mano e lembro-me da minha infância ter sido tão feliz a partir desse dia! Muitas vezes foi um empata nas minhas brincadeiras, muitas vezes tive que tomar conta dele enquanto queria estar a brincar, mas em momento nenhum pensei que talvez fosse melhor não ter um irmão!
Em momento nenhum destes 30 anos pensei que podia ter tido outro irmão que não este, somos brutalmente diferentes, tao diferentes que podíamos nem ser irmãos! Mas sou apaixonada por ele, pela sua inteligência, determinação, pela forma como não magoa os outros, pela forma como define as prioridades, pelo profissional em que tornou, por nunca chegar antes da hora mas também nunca chegar depois, por ser despistado, por ser o melhor tio/+padrinho que uma criança pode ter, por não desistir de nada!
No dia dos seus 30 anos sinto-me mais velha, por todas as memórias, por todos os momentos que vivemos, por todas as surpresas que me fez, pela nossa viagem aos states, pelo seu inglês macarrónico, mas hoje além de velha sinto-me muito feliz por ter o melhor de todos os irmãos!
Sê feliz pipe!

Raúl

Meu amor, 
Sabes que gosto muito de te contar historias, que te ouves com a atenção e energia de quem quer agarrar o mundo , hoje escrevo-te a historia dos pais, para que entendas o porquê de seres o nosso menino, o nosso príncipe!
Quando a mamã sandra e o papá Telmo se conheceram foi um dia muito feliz. Fomos apresentados por um amigo especial que infelizmente já não vais conhecer, a mãe passou a noite a falar ( já sabes como a mãe é) e o pai a noite a observar( aquilo que ele faz tao bem)…Mas a partir desse dia nunca mais nos largámos, sabes que o pai é muito querido e simpático e ofereceu-se para levar uns sapatos da mãe a arranjar ao sapateiro e foi amor para toda a vida!
O primeiro beijo foi no dia de anos do Pedro, o pai do Francisco, e a mãe nunca se vai esquecer de como ficou feliz e com as pernas a tremer, foi há 7 anos mas parece que foi agora mesmo.
A partir daí é uma história de dois apaixonados, que sonham juntos, que lutam todos os dias pela felicidade, que não baixam os braços, que riem muito, que chamam porquinha Pepa e porquinho Jorge um ao outro, que se chateiam e fazem as pazes.
No dia em que nasceste o papá vendeu um carro e a mamã comeu chupas chupas, a partir daí muito mudou na nossa vida, mas não mudou o essencial, mesmo que namorar seja difícil contigo por perto a fazer birras e a exigir pinotes, colo, cavalitas, água, sopa, bolachas e moedas de chocolate o nosso amor continua e não desistimos dele.
Por isso meu amor, não estranhes quando os pais fugirem para jantar sozinhos, beber café, ir passear ou mesmo ficar a dormir. Sabes que os pais já descobriram que são tão melhores pais quanto mais apaixonados estiverem!
Sabes que as histórias de contos de fadas que a mãe te lê estão sempre cheias de momentos cor-de-rosa, a vida dos pais nem sempre foi assim, mas quero que saibas que sempre lutámos juntos, nos momentos muito felizes e nos outros, como quando fomos muito felizes no dia do nosso casamento, no dia que nasceste saudável, nas nossas férias, nos momentos em família, nas festas, nas jantaradas de amigos, nas idas à praia… e quando chorámos juntos como soubemos que poderias vir a ter microcefalia ou quando o construtor da nossa casa faliu…
Queremos que cresças a olhar para nós como lutadores e sonhadores, para que o teu mundo possa ser sempre do tamanho do mapa que está no teu quarto !

A Clarinha



Esta história tem 35 anos, que é a idade que tenho, e não me lembro da minha vida sem a Clarinha. A clarinha e eu somos do mais diferente que pode haver, eu sou a despachada, faladora, impulsiva, egoísta, extrovertida, a independente, e ela a ponderada, a tímida, a altruísta, a mulher de família, mas sempre, sempre nos entendemos, sempre nos respeitámos na diferença.
Quando eramos pequenas vivíamos em casa uma da outra, jogávamos às escolas na garagem dela e ela era sempre a professora, ajudávamos a mãe dela e os meus pais no que nos era pedido, corríamos a rua de bicicleta, ajudávamos os rapazes a fazer jangadas no ribeiro. Quando começamos a crescer a nossa cumplicidade triplicou, jogávamos crapeu tardes de domingo inteiras e dançávamos em discotecas AC/DC e Guns, eu descobria o número dos rapazes giros que podiam ser interessantes para nós, só que eu era a menina feinha e pau de virar tripas e nenhum rapaz me queria mas eu nunca senti ciúmes, nem inveja, nem nada, apenas a ajudava a arranjar o melhor partido. Um dia, numa festa da aldeia, fomos dar uma volta à aldeia com os rapazes, os pais dela descobriram e proibiram a nossa amizade, por eu ser uma má influência. A nossa revolta foi tão grande que passados 2 dias já não nos largávamos. Aos 17 anos ela conheceu o amor da vida dela, e eu liguei para uma aldeia inteira e descobri o número de telefone dele, a história de amor deles têm já hoje outros 17 anos e dois filhos.
Quando ela entrou num ensino superior (um ano antes de mim) fiquei feliz como se se fosse eu, e nesse ano vibrei como uma caloira. No ano seguinte fui ter com ela, e vivemos juntas 4 anos, quatro lindos anos em que fizemos limpezas à meia noite, em que vivemos Coimbra em toda a plenitude, em que fomos amigas e doutoras na cidade mágica. Também ouve dias tristes nessa cidade, e num deles ela deixou-me a mensagem mais importante e mais mágica que uma amiga pode deixar, uma foto do nosso grupo de amigas, para me lembrar que estaria sempre lá para mim quando eu precisasse, que estávamos todas no mesmo barco.
Quando voltámos de Coimbra para Leiria e ela casou, eu fui a madrinha, num dos dias mais lindos da minha vida, acho que num mundo tao duro é bom saber que podemos contar com alguém que partilha todos os momentos, em que sabemos que não há críticas, nem julgamentos.
A vida afastou-nos apenas 8 Km e na verdade a nossa diferença de personalidade observa-se hoje na vida que escolhemos, gostamos de fazer coisas diferentes, temos famílias diferentes, gostamos de estar em sítios diferentes, mas a nossa união vai para muito para além destes pormenores. Eu sinto uma grande presença da Clarinha na minha vida, seja quando lhe mando uma mensagem a perguntar pelo meu afilhado lindo, seja quando passo uma noite inteira sem dormir porque o filho dela esta internado no hospital, quando ela me envia uma mensagem, no momento em que preciso, a dizer que gosta de mim, quando acordo de noite a pensar no que poderia fazer para a ajudar na vida profissional, quando lhe tento passar toda a minha energia positiva, quando sei que por muitos anos que viva nunca haverá uma amizade como esta.
A minha mãe sempre adorou a Clarinha, pois era muito calminha, recatada, sempre penteada e vestida de forma exemplar e nós sempre nos rimos muito disso. Não havia nenhum dia de festa em que a minha mãe não dissesse: “A Clarinha ia tão linda, sempre tão bem vestida” , ainda hoje a minha mãe de vez em quando, solta um: “ O cabelo da Clarinha está sempre impecável”
Há uns anos atrás, em que estava separada do seu amor, a Clarinha ansiava pelo fim de semana para ser feliz, a semana tinha sete dias e ela aguardava pacientemente pelos seus dois dias de felicidade… passados tantos anos só gostaria de lhe dizer que eu- a sua amiga de sempre, acredita que é possível ser feliz todos os dias e que nunca devemos desistir de lutar por essa felicidade .E que eu, mais longe ou mais perto, estarei sempre aqui na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida!

Nova casa

Quantos blogs tiveste tu Bailarina?

Não sei, mas na verdade também não interessa! Cada um conta um pedaço da minha vida, sendo que todos foram otimistas como eu, felizes, sonhadores!
Hoje tenho uma família linda, que me faz feliz todos os dias, por isso este novo recomeço é em honra da minha família de 4, mãe, pai, filho e cão!